Celebra-se no Plenilúnio de Capricórnio (Lua cheia de dezembro – solstício de dezembro)
É o momento quem que o poder do Sol chega ao seu ápice e as flores, folhagens e gramados encontram-se lindos e abundantemente floridos e verdes. Muitos dos círculos de pedra, como o Stonehenge, e dos monumentos pré-célticos estão alinhados com o nascer do Sol.
Após a união da Deusa e do Deus em Beltain, O Deus está adulto, um homem formado, e se tornou pai - dos grãos. Em sua plenitude, ele traz o calor do verão e a promessa total de fertilização com o sucesso do enlace feita com a Deusa.
Sendo o auge do Deus, também prenuncia o seu declínio, nesse momento o Deus, após cumprir a sua função de fertilizador, dá seu último beijo em sua amada e caminha ao país do Verão (Outro Mundo), utilizando o Barco da Morte.
Este é a única celebração em que é permitido fazer feitiços durante a celebração do dia.
É a lua de Capricórnio que nos proporciona o tema e enfoque para nossa meditação de Lua Cheia neste mês. Diz-se que Capricórnio é uma das forças mais difíceis de se compreender porque é o mais misterioso dos doze signos. Talvez porque o verdadeiro Capricórnio pode atuar em qualquer um dos extremos de consciência: de um materialismo mais denso até a percepção iluminada do iniciado.
Capricórnio oferece uma imagem bastante completa da humanidade com seus pés na Terra correndo livremente e subindo às alturas da ambição mundana, ou da aspiração espiritual em busca daquilo que percebe como principal necessidade. Como o carneiro, ele é o ser humano terreno e ávido buscador da satisfação do desejo; como aspirante, ele é o buscador igualmente egoísta à caça da satisfação de sua aspiração.
A definição mais adequada é que o ser humano é “um animal, porém um Deus vivo em forma física”. Em sua estimulação, a energia de Capricórnio parece representar estes dois aspectos da constituição humana. Todavia, enfocado em sua natureza animal encontra-se esse ambicioso animal que luta por seus interesses egoístas, preparado para chegar tão longe quanto necessário para satisfazer suas necessidades e desejos. Os aspirantes ao discipulado que se encontram sob sua influência estão estimulados e inspirados em sua ascensão, saindo das profundezas da vida controlada pela forma em direção à luz e a glória da experiência do topo da montanha, a iniciação.
Portanto, dependendo de onde se encontre um indivíduo na senda da evolução, Capricórnio estimulará tudo quanto seja material e centrado na forma, ou tudo quanto seja espiritual. Em Capricórnio estamos diante do triunfo da matéria, que alcança sua expressão mais concreta e densa, porém esse triunfo é seguido pelo do espírito. Em Capricórnio encontra-se a plena expressão da natureza terrena, porém encontram-se também imensas possibilidades espirituais.
Capricórnio é um signo de conclusão, pois representa as profundezas da degradação ou da cristalização e o topo da conquista espiritual: os dois pólos de toda a experiência humana. Ele é também o signo do recomeçar, posto que cada final é apenas o encerramento de uma fase ou ciclo, onde cada conquista é apenas mais um passo para o crescimento.
Capricórnio inaugura um novo ciclo de esforço. A situação atual do mundo indica que a humanidade se encontra no estado de agitação que antecede a realização de um avanço decisivo no desenvolvimento da autoconsciência.
O passo seguinte implica a expressão do sentido da responsabilidade, que é a primeira flor e fruto da percepção auto consciente, uma primeira indicação de que a alma está fazendo sentir sua presença. O conflito atual deve-se ao enfrentamento que está ocorrendo entre o crescimento espiritual, em todos os níveis de percepção humana, e a resistência das forças impenitentes da personalidade; assim como entre as forças do materialismo entrincheiradas na forma humana e as forças da Luz trabalhando através da Hierarquia Espiritual de Luz e Amor. Isto é similar à batalha final no indivíduo entre a personalidade, o Morador do Umbral, e a alma, o Anjo da Presença.
Capricórnio guarda o segredo da alma, o segredo da glória oculta, revelado ao discípulo no ponto culminante da terceira iniciação; a transfiguração da personalidade pela alma no topo da montanha.
Porém essa revelação só pode acontecer como resultado do esforço e da capacidade de elevar-se acima das limitações da personalidade, da persistência no caminho da ascensão apesar dos obstáculos e das dificuldades.
Não existe um caminho fácil para que os indivíduos se liberem das próprias limitações do seu egoísmo e separatividade; e não existem atalhos. É um longo e doloroso processo no qual aprendemos, mediante a experiência pessoal, que a autodisciplina, o autocontrole e o auto-sacrifício formam as pedras fundamentais do discipulado.
Sobre estas pedras angulares pode, eventualmente, desenvolver-se a superestrutura de uma forma de vida amorosa e responsável, que reflete os valores da alma. Esse crescimento de consciência converte-se no caminho iniciático, no caminho que conduz ao topo da montanha, em direção a essa Luz suprema que revela a alma como verdadeiro Ser, o Plano como responsabilidade do discipulado e a Hierarquia Espiritual do Planeta como o centro do amor onde, através da iniciação, o discípulo aceito é admitido.
Capricórnio é, portanto, o signo destacado da iniciação. Segundo os antigos mitos e lendas, todo deus-sol nasce neste signo. (Um deus-sol é aquele cuja tarefa é revelar algum aspecto do princípio da alma: amor, luz e vontade cósmicos.) O auge da experiência puramente humana, a terceira iniciação de Transfiguração, está regida por Capricórnio. Nela a alma revela sua beleza, verdade e bondade na consciência do discípulo, confirmando sua conquista e estabelecendo a próxima etapa do caminho. Martin Luther King falou de haver estado no topo da montanha e de haver contemplado a “terra prometida”. Referia-se à promessa que a alma entende à toda vida humana. A superação das limitações pessoais e as barreiras impostas pelas circunstâncias só são possíveis à luz de um estado de consciência mais elevado e inclusivo.
Para todos os discípulos, o caminho até a terceira iniciação, inclusive, é o caminho do serviço entre os “filhos dos homens”, todavia sofrendo nas planícies e vales da experiência humana. Os iniciados deixam para trás a experiência do alto da montanha e voltam seus rostos para o campo de serviço enfocando toda sua atenção e energias na satisfação das necessidades do reino humano.
A nota chave do discípulo em Capricórnio é eloqüente a respeito de toda esta experiência: “Estou imerso na Luz suprema e a essa Luz dou as costas”. Nas palavras da nota chave de nosso trabalho de meditação de Lua Cheia, “o discípulo gira sobre o pedestal de luz e se volta em direção oposta; volta seu rosto para a obscuridade e, então, os sete pontos de luz dentro de si mesmo irradiam luz para o exterior.” Este é o momento em que os rostos daqueles que olham a senda obscura recebem essa luz. Para eles o caminho já não está escuro, e por trás dos guerreiros, entre a luz e a escuridão, resplandece a Luz da Hierarquia.
Costumes
Há uma infinidade de lendas e ritos que envolvem a noite do Solstício de Verão: Um dos costumes mais populares na Europa e Norte da África é a colheita de ervas medicinais e mágicas nesse dia. Acredita-se que a plenitude da força do deus está impregnada nessas ervas e contém todo o poder sanador e mágico para a cura de doenças. O visco e o basílico, como outras muitas ervas, são colhidos ritualisticamente e usados para preservar a energia nos tempos frios em encantamentos e sortilégios.
Banhos purificadores e curas milagrosas são realizados nas noites mágicas em fontes, rios e cachoeiras. Acredita-se também que tudo aquilo que for sonhado, desejado ou pedido na noite de Litha se tornará realidade.
Os antigos Povos da Europa acreditam que, nessa noite, criaturas mágicas andam correndo pelos campos e florestas e poderiam facilmente ser vistos e contatados.
Nesse dia os amuletos do ano anterior são queimados e novos talismãs de proteção, poções para sonhos proféticos e filtros são feitos para aproveitar o grande momento de poder.